Autor: Darci Garçon
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Dentre os vários atributos que compõem a nossa maneira de ser, um dos mais valiosos e mais valorizados é a pró-atividade. Para explicar o que significa ser pró-ativo, faremos uma comparação cujo valor é, apenas, simbólico.

Imagine um atleta de elite. Ele se dirige às provas determinado, faz alongamento e aquecimento, acotovela-se bem à frente, aguardando o tiro de partida. E, quando isto acontece, ele dispara. Não está brincando. Foi lá para competir, para vencer e receber os prêmios decorrentes do seu desempenho. E, quando isto não acontece, ele fica inconformado, prometendo superar-se, na vez seguinte. Esse é o pró-ativo.

Esse atleta estabeleceu um objetivo – ir ao pódio ou vencer a prova – tomou uma decisão e, lá na largada, dará tudo para buscar o que almeja. As pessoas pró-ativas são assim. Encontram os caminhos, tomam a iniciativa e buscam alcançar o que querem, não se importando com o grau de sacrifício que isso significa. E mais um detalhe: os pró-ativos  encontram alternativas e apresentam soluções para os problemas, em vez de  procurar desculpas ou saídas pretensamente honrosas. Despendem o esforço que for necessário para chegar aonde querem, eventualmente, forçando a passagem, criando reações e até mesmo, conflitos.

Vejam, no caso contrário, como é a cabeça do  reativo, dentre os quais uma boa parte dos corredores se encaixam.  Vão à corrida para cumprir a rotina, participar, queimar gordura, ganhar uma medalha e uma camiseta, encontrar amigos, sem a preocupação de  melhorar o tempo ou chegar antes que os outros. Apenas, querem chegar ao final, inteiros, e ir para casa felizes e com a sensação da missão cumprida. Não estão preocupados com desafios, liderança, reconhecimento.

As pessoas reativas parecem gostar de conforto. Tendem a esperar que as soluções caiam do céu, diretamente no seu colo, que Deus as ajude ou, então, que alguém tome conta delas e as amparem  em suas dificuldades. Geralmente, faltam a essas pessoas, uma ou mais das seguintes qualidades: iniciativa, motivação, energia, disposição, desprendimento, coragem, vontade.

Pró-atividade é uma das qualidades que mais devemos cultivar. Bem administrada, poderá ser a “chave” do sucesso, em qualquer atividade em que nos empenharmos, seja no trabalho ou na vida pessoal. Ela se concretiza pela iniciativa e pelo esforço para fazer as coisas acontecerem e por uma certa dose de agressividade. Agressividade, no bom sentido, não aquela que caracteriza  as pessoas  arrogantes, antipáticas e irritantes, mas a que dá forças para a superação dos obstáculos.

Ser  pró-ativo ou reativo, é conseqüência de uma série de fatores, dentre eles, o tipo de herança genética que recebemos, o tipo de educação que tivemos em casa, o tipo de cultura e de ambiente que vivenciamos na infância e na adolescência, além de vários outros. Mas, este assunto não é fundamental neste momento.

É mais importante é conhecer a explicação dada pela Psicologia. Ela diz que, como seres humanos, somos responsáveis por nossas próprias vidas. O nosso comportamento é conseqüência das decisões que tomamos, a partir de escolhas conscientes, independentemente dos obstáculos que se apresentarem. Mais um exemplo: quando um atleta de elite põe na cabeça algo como “hoje vou ao pódio, custe o que custar”, tomou essa decisão conscientemente, porque está otimista, confiante e acredita que vencerá, por seu próprio esforço,  apesar de saber que está competindo com outros possíveis vencedores. E assim é a vida.

Pró-atividade é importante para tudo e é a causa principal do nosso sucesso, em qualquer campo. Atuando há muito tempo no mercado de trabalho, tem sido possível verificar que as pessoas proativas conseguem os melhores empregos, principalmente nos tempos atuais. As empresas reduziram estruturas, custos, diminuíram os quadros e, como conseqüência, aumentaram a carga de trabalho para os que continuam. Levando em conta essa realidade, não há espaço para os profissionais que aguardam receber ordens para tocar o seu trabalho e conseguir os resultados que se espera deles, principalmente, quando estão em cargos de liderança.

Quando, numa empresa, definimos o perfil de um profissional que deverá ser contratado, uma das primeiras competências solicitadas, é justamente a pró-atividade. As empresas não querem pessoas “apagadas”, tristes, desmotivadas. O olhar das pessoas e os seus gestos têm de demonstrar vivacidade, vontade, iniciativa. Tem de estar evidente, na sua fisionomia, a boa saúde e energia para dar conta das responsabilidades que assumirá e não significará uma demissão, daí a alguns dias.

Para resumir: se você quer se dar melhor na vida, deixe a acomodação de lado. Use a imaginação para definir metas e se esforce para conquistá-las, por meio de suas próprias forças. Faça isso com entusiasmo e acreditando que pode consegui-las. Você verá que, assim, conseguirá mais oportunidades e chegará mais cedo onde pretende.

* Formado em Pedagogia pela USP, Darci Garçon é head hunter, sócio-diretor da TAG Consultores trabalha há 40 anos em Recursos Humanos.

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