Autor: Darci Garçon
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Maturidade ou o seu contrário, imaturidade, são expressões largamente utilizadas com inúmeros sentidos. Comporta uma infinidade de atributos bem ou mal administrados pelas pessoas; é uma expressão flexível pois cada um dá a ela o sentido que bem entender, dependendo do momento ou da circunstância. Neste artigo, vamos mencionar – sem nenhuma preocupação com aspectos psicológicos – quais os atributos positivos que contribuem para as pessoas se darem bem no emprego deixando transparecer seus dotes de “maduro”.

A maturidade (ou a imaturidade) é percebida facilmente pela forma como as pessoas reagem ou se comportam diante de estímulos: pelo modo de falar, pela forma como respondem a questionamentos, pelo nível de tolerância que exibem quando sob pressão, pela estabilidade emocional, pela ponderação, pela forma paciente ou impaciente de ouvir os outros, pelo contorle ou descontrole, e por aí vai.

Pelo que se constata no dia-a-dia, a maturidade não está condicionada à idade ou ao cargo que o profissional ocupa na empresa. Mas, provavelmente, os jovens talentos, ambicionados por algumas empresas, possam evidenciar, com mais frequência, falta de maturidade do que os seniors. Isto porque, diante do sonho de terem crescimento rápido, independentemente das politicas adotadas pelas empresas onde trabalham, tornam-se afoitos e fazem exigências que muitas vezes a empresa não pode proporcionar. Em alguns casos, deixam o emprego friamente, sem considerar eventuais dificuldades que poderão encontrar para recolocação no mercado de trabalho.

Porém, maturidade não é exclusividade dos jovens talentos. No outro extremo podem estar executivos experientes, vividos, tarimbados, agressivos, ansiosos por resultados que não têm o menor respeito por seus subordinados, humilhando-os de forma grosseira diante de outras pessoas. Entre os jovens talentos arrojados e os CEOs mal educados, encontram-se diferentes tipos de imaturos, em toda a hierarquia.

Vamos considerar três atributos que podem deixar exposto o nível de maturidade de qualquer um, no trabalho e também na vida pessoal.

 

  • Assertividade

Este é um atributo necessário não importa qual o cargo ou responsabilidades que a pessoa tenha no seu trabalho. Assertividade demonstra segurança e dominio sobre o tema objeto da conversa. Algumas atividades, exigem dose maior de assertividade, principalmente quando se discute resultados e há cobrança por atingimento de metas.

Obviamente, e aqui está a chave da questão, em qualquer que seja a situação, assertividade deve ser manifestada de forma respeitosa; exigir com diplomacia, sem hostilidade verbal, sem perder as estribeiras com quem participa do diálgo ou do debate. O gestor, não importa qual o nível que ocupa na hierarquia, tem de tratar seus subordinados com respeito e motivá-los a buscar bons resultados. Agindo com arrogância e agressividade descontrolada, qualquer um pode ser considerado imaturo…

 

  • Transparência

A pessoa deve mostrar-se como ela é de fato. Querer impressionar a plateia assumindo atitudes incompatíveis com a sua condição real ou com a sua personalidade é uma demonstração clara de imaturidade. Dramatizar para parecer aos outros que é poderoso, importante, inteligente, o mais ocupado, indispensável, tem pernas curtas. Em algum momento essa encenação será percebida e, então, o imaturo cairá no ridículo.

Por outro lado, a falta de transparência pode gerar implicações mais complicadas e rasteiras do que essa. Um exemplo comum: falar das pessoas pelas costas ou agir subliminarmente para conseguir vantagens. Outro exemplo: agir para “puxar o tapete” de um colega de trabalho para obter um cargo que ele também almeja mostra falta de caráter mas, também, imaturidade.

 

  • Empatia

Empatia é a habilidade de sentir o que uma outra pessoa está sentindo, de perceber e reconhecer emoções em outras pessoas. É diferente e mais profundo do que simpatia, que é ter sentimento por alguém. Os empáticos são pessoas senvíveis, que percebem os que os outros querem ou necessitam. São bons ouvintes, não são arrogantes ou críticos, porque conseguem colocam-se na pele da outra pessoa.

O mau humor, o orgulho, a insensibilidade, a falta de receptividade, são características evidentes do antipático. Esses sinais trazem dificuldades para provocar a empatia e para gerenciar relacionamentos com outras pessoas, tanto na vida profissional quanto na pessoal. Atrapalha e dificulta a constituição de algo extremamente importante chamado rede de relacionamento.

No mundo corporativo as expressões assertividade, transparência e empatia são conhecidas como competências (conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes que as pessoas têm). A meu ver, essas três competências, dentre inúmeras outras, são os pilares fundamentais que contribuem para o sucesso profissional e pessoal desejado por muitos. Elas contribuem não só para assegurar a permanência no emprego como podem ser acionadoras da carreira.

Competências pessoais quando bem administradas levam as pessoas a conseguir a auto-eficácia, expressão utilizada por H. W. Gabriel* , nos anos 70. Gabriel ensinou que auto-eficácia é uma aptidão que se adquire com pouco esforço. Ser dotado de auto-eficácia significa ser alguém especial, diferenciado, cortês, carismático, alguém respeitado, ouvido, acatado, capaz de exercer liderança e influência sem chegar a isso de maneira forçada. Assertividade, transparência e empatia bem administradas contribuem para consegui-la.

É pouco provável que alguém, espontâneamente, diga que falta-lhe qualquer um desses atributos. Daí, se tiver curiosidade, pergunte a pessoas do seu relacionamento o que acham a respeito. Não custa nada e é fácil mudar…

  • Auto-Eficácia. H.W. Gabriel (Editora Papelivros, 1966)
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