Infelizmente, não há, no país, dados estatísticos específicos que nos mostrem o estágio atual da oferta de empregos  para cargos qualificados e gerenciais. No entanto, parece que a economia já chegou ao fim do poço e, de uma hora para outra, podemos ser surpreendidos com a melhora do mercado de trabalho.

A se confirmar essa retomada, os profissionais que estão disponíveis e os que pensam mudar de empresa devem estar alertas, pois, de qualquer forma, acreditamos mesmo que a procura tende a ter alguma melhora, neste segundo semestre. Estamos torcendo para que isso aconteça logo, visto que, desde setembro de 2008, há uma paralisia generalizada, nesse mercado.

Neste artigo, analisaremos as cinco principais atitudes contraproducentes – as mais comuns – apresentadas pelos candidatos a emprego durante as entrevistas, nas empresas ou em alguma consultoria especializada em busca de profissionais. É bom esclarecer que, quando mencionamos a palavra atitude, pensamos na forma como a pessoa se apresenta e, como decorrência disto, na imagem que transmite, a partir de como agiu e procedeu, diante do entrevistador.

Prolixidade
Enganam-se aqueles que vão para a entrevista acreditando que, “soltar o verbo”, impressionará o interlocutor. Assim, começam a entrevista e procuram falar sobre sua vida pessoal e carreira profissional, sem que nada lhe tenha sido questionado, não dando chances para perguntas do entrevistador. É óbvio que o prolixo não tem espírito crítico e não percebe que chateia os seus interlocutores. Além disso, a falta de objetividade ou de capacidade de síntese é uma condição negativa e não contará pontos a favor, quando o empregador vier a decidir que candidato aprovará.

Pior ainda: não dando condições para que perguntas lhe sejam feitas, o prolixo perde as chances de perceber quais os desafios do cargo e quais os problemas e dificuldades enfrentadas pelas empresa que motivam a contratação de um novo profissional para aquele cargo.

Arrogância
Esta postura é tão negativa, quanto a anterior. A pessoa arrogante quer demonstrar autoridade, poder e status, acima dos mortais comuns. A expressão “nariz empinado” é a que melhor caracteriza  como age o arrogante: o mais inteligente, o dono da verdade,  sempre com a razão. É aquele que passa diante das pessoas e finge que não as vê. Muitas vezes, os portadores dessa imperfeição são pessoas não adequadamente preparadas, inseguras e que, por isso mesmo, dificultam o acesso a elas para que as suas fraquezas não sejam descobertas. São intolerantes e, quase sempre, grosseiros verbalmente. Com certeza, serão vistas como inadequadas para trabalhar em equipe, um dos pré-requisitos mais importante no perfil descrito pelas empresas com gestão profissional e moderna.

Exibicionismo
Em poucos minutos o entrevistador experiente percebe com quem está falando. Assim, querer parecer aquilo que não é, não é atitude que convencerá ou passará despercebida. Os exibicionistas nada mais fazem do que desempenhar um papel, encenando a aparência e o discurso  que acreditam que  contará pontos a favor. No entanto, no decorrer do diálogo, os acertos se farão, automaticamente, e o entrevistador perceberá, sem muito esforço, que o profissional não está com essa “bola toda”. Essa encenação demonstra falta de transparência. Evidenciando-se essa mania, elimina-se qualquer chance de se ganhar confiabilidade, atributo importantissimo e decisório, num processo de Seleção.

Baixo astral
Esta é uma condição que poderá ser apresentada por profissionais que estão em fase de transição, ou necessitando de emprego, ou com as contas em atraso. As incertezas, as dificuldades do mercado de trabalho e o tempo ocioso, sem proveito algum, podem aborrecer essas pessoas levando-as à depressão. De todos, este é o atributo mais facilmente notado, durante a entrevista.  É óbvio que o entrevistador perceberá e levará a situação em conta, na hora de decidir sobre o melhor candidato.

Um entrevistador consciente, certamente, dará algum algum conforto ou apoio  para que esse profissional melhore o seu astral. De qualquer forma, autoestima em baixa pode criar barreiras e dificuldades numa entrevista, pois, nunca se sabe quando ela é transitória ou patológica.

Ansiedade
Dos males, este é o menor. É óbvio que ansiedade sinaliza insegurança e receio. Mas, todo entrevistador experiente sabe que a ansiedade é circunstancial. Sabe, também, que precisa criar condições para que a pessoa se sinta mais a vontade e evite atropelos. A ansiedade se apresenta quando   o profissional necessita do emprego, quando está diante de uma oportunidade e quer conquistá-la. Ele quer impressionar, convercer, não pode perdê-la. Aqui começa  seu esforço para ganhar pontos, mas, ele é incapaz de perceber se está conseguindo agradar seu interlocutor. Mesmo não sendo um grande dificultador, melhor manter a ansidedade sob controle ao dirigir-se para a entrevista.

A prolixidade, a arrogância e o exibicionismo são deficiências não percebidos pelos seus portadores, mas,  facilmente percebidos pelos  interlocutores.  Sendo assim, o  conselho mais adequado que se pode dar  a todos os que procuram emprego é que devem sentar-se com pessoas conhecidas, amigos, parentes, e obter delas um feedback sobre essas e outras eventuais deficiências. Não custa nada lembrar que, espontaneamente, ninguém se sentirá a vontade para  fazê-lo.

Já o baixo astral e a ansiedade, podem ser interpretados como baixa autoestima ou falta de empreendedorismo. A própria pessoa pode perceber que está com esses sintomas e, por isso, deve preparar-se  para ir à entrevista com essas condições sob controle. E devem manter o controle durante a entrevista. Um procedimento que poe ajudar é, minutos antes de sentar-se como o entrevistador, dar uma relaxada, respirar profundamente, e entrar para a sala, com naturalidade, como  se nada de importante estivesse acontecendo.

Categorias: Artigos

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *