Num determinado momento da vida, devemos  pensar em uma outra alternativa de trabalho e de ocupação que não seja emprego. Seja porque chegamos numa idade perigosa, em que haverá dificuldades de recolocação – e isto acontece a partir dos 50 anos – seja porque apresentamos saturação pela rotina ou pelo tipo de trabalho, adquirido ao longo do tempo, ou ainda porque não mais suportamos a pressão do dia-a-dia nem as idiossincrasias  dos chefes, entre outras tantas possíveis causas.

A bem da verdade, situações como essas são passíveis de previsão e deveriam ser levadas em conta durante toda carreira profissional, com vínculo empregatício.

Em outras ocasiões, aqui mesmo, mencionamos a necessidade do Plano B, ou seja: ter no bolso do colete uma outra alternativa de ocupação, para essa eventualidade, que garanta compensação financeira destinada a pagar as contas e, melhor ainda, que permita acumular um “pé-de-meia”.

Ao iniciar reflexão sobre Plano B, para mudar os rumos das condições que estão sendo vivenciandas, deve-se definir o que mais nos interessa entre pelo menos três condições importantes e classificá-las de acordo com as prioridades do momento. São elas dinheiro, carreira e qualidade de vida.

Quando se escolhe dinheiro, como primeira prioridade, pode-se pensar que o profissional já está com mais de 45 anos de idade e não acumulou ainda recursos que lhe garantam alguma tranquilidade no futuro. Se for assim, será preciso encontrar alternativas que levem a um ganho maior. Neste caso, não se trata de puro mercenarismo, pois, olhando a longo prazo, tranquilidade significará segurança proporcionada por recursos financeiros suficientes para a sobrevivência.

Escolhendo essa opção, a busca de oportunidades deverá ser apoiada no trabalho que melhor sabe fazer, ou, sobre a experiência acumulada ao longo dos anos passados. Com certeza, esse caminho oferecerá mais chances, criará melhores oportunidades e poderá garantir melhor compensação financeira  por parte de quem irá remunerar, apesar de  representar o afastamento de uma outra variável importante, não considerada neste momento: fazer aquilo que gosta.

Preferindo optar por carreira, como prioridade 1, a idéia é continuar como colaborador de alguma empresa. Neste caso, não se dá tanto valor à remuneração, nem à qualidade de vida. O profissional tem bastante tempo pela frente e está seguros de que o objetivo de alcançar cargos ou postos mais importantes, é questão de tempo. Ganhar dinheiro e usufruir do que ele pode oferecer, não é preocupação neste momento. Nessa condição, a preocupação estará mais voltada para  aprender, acumular experiências e criar condições para ocupar cargos de maior responsabilidade no médio e longo prazo.

Quem prioriza carreira para valer, deve munir-se de disciplina, paciência e investir em seu desenvolvimento, o que significa despesas com atividade ou cursos que contribuam para isso.

Ao escolher qualidade de vida, como prioridade 1, pressupõe que o profisssional já  acumulou recursos suficientes para ter tranquilidade no futuro e, por essa razão, pretende  relaxar e usufruir.  Por outro lado, carreira ou ocupar cargo com maiores responsabilidades, já não é mais compatível com as suas aspirações, nem com suas condições. Quer ter o tempo ocupado, claro; fazer coisas úteis, dar o melhor de si, mas sem cobranças, sem pressão por resultados e sem aborrecimentos.

O problema é que, optanto por qualidade de vida, a pessoa poderá entregar-se a um sério inconveniente: o excesso de conforto que a levará à desatualização e a transformará no que se chama no mundo corporativo, de dinossauro. Um ultrapassado!

Classificar essas três prioridades na ordem deve ser produto de reflexão profunda e, sempre que possível, ouvindo conselhos e sugestões de pessoas mais experientes. E esse é, apenas, o primeiro passo. Logo em seguida, virá o segundo, girando em torno do planejamento do caminho a seguir e executar a decisão tomada. Deve-se, então, optar por uma, entre duas vertentes: tornar-se um empreendedor ou continuar como empregado.

Vamos entender como empreender, o ato de colocar em prática  plano de trabalho por conta própria, com um ou mais parceiro com desejos e qualificações similares. E há um infinidade de atividades que podem ser pensadas, desde fabricar e vender algum produto, abrir loja,  adquirir uma franquia, virar consultor em alguma especialidade e aí vai.

Tenho amigos que se deram bem como empreendedores e outros, nem tanto. Um deles abriu um posto de gasolina no interior, que acabou sossobrando por causa da concorrência predatória. Um outro se deu muito bem com a abertura de um espaço para estacionamento próximo ao metrô, na Vila Madalena. Um terceiro teve sucesso na abertura de uma loja de cosméticos em Campinas e hoje é dono de uma cadeia dessas lojas na região. Outro abriu, um livraria anexada a um café e local para eventos sociais que não deu certo.

Vale lembrar que para tocar o próprio negócio, se levará algum  tempo para  obter receita e retorno do investimento. Além do mais, o empreededor deverá se habituar aos altos e baixos do faturamento, que é situação comum. Empreender é um ótimo caminho mas uma verdade tem de estar bem clara desde o início: não pode dar errado!  Se der, as chances de recuperar os recursos investidos são quase nulas.

A outra alternativa, é continuar como empregado. Neste caso, além de salário garantido, você poderá  continuar tendo bom plano de assistência médica, seguro de vida, bônus, restaurante, estacionamento e outras mordomias. Mas, não custa lembrar que  o sucesso neste caso não depende só de você. Você terá um chefe, concorrerá com outras pessoas e poderá enfrentar marolinhas como a que vivemos há bem pouco e correr riscos decorrentes.

Não é uma decisão fácil, concordo. E, diante  de qualquer uma das opções, a vida nos reservará apenas duas alternativas, o sucesso (sorte)  ou o insucesso (azar), que dependerão do cuidado tomado com a escolha, da decisão tomada, da competência para identificar riscos e da  eficácia para buscar soluções para esses riscos.

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